Diante da dificuldade na marcação de consultas eletivas, grande parte da população acaba se dirigindo aos Prontos Atendimentos dos hospitais pois sabem que lá haverão médicos de plantão, e essa realidade não é diferente em nossa cidade.
O problema é que esse raciocínio agrava a superlotação dos hospitais, além de expor os próprios pacientes com doenças de menor gravidade a riscos de infecção e contaminação de doenças infectocontagiosas.
Embora relativamente a COVID-19 esteja controlada devido à vacinação e também a adoção de medidas sanitárias, ela é uma doença que ainda persiste em nosso meio, e se não bastasse isso, também temos vírus circulantes como a Influenza , gripe e a Dengue.
Todos esses fatores/sintomas, principalmente se somados, causam a grande procura por atendimento em nosso Pronto Atendimento, sem mencionar os casos de Urgência e Emergência para os quais ele é direcionado, ocorrendo assim reflexos como a superlotação, a demora no atendimento, o esgotamento da equipe e conseqüentemente poderá acarretar, inclusive, na baixa produtividade do atendimento.
É de extrema importância que a população se conscientize que o verdadeiro papel do Pronto Atendimento- são os casos de Urgência e Emergência- mas que vem desempenhando, e não é de hoje, uma tarefa muito além disso, abarcando também, em sua maioria, os atendimentos eletivos que devem ser realizados na rede pública de saúde.
Com a proximidade dos dias frios é muito comum que essa procura aumente ainda mais , pois o surgimento dos sintomas gripais acabam levando as pessoas a procurarem por atendimento no hospital e tememos que isso acarrete na falta de suporte para o tratamento de todas as doenças, o que procuramos evitar ao máximo e por isso pedimos a conscientização da população para que se dirija aos postos de saúde do Município, alguns que inclusive contam com o terceiro turno, e deixem para procurar o Pronto Atendimento apenas em casos de Urgência e Emergência.
Nessa época do ano além de propícia a transmissão dessas doenças infectocontagiosas que acometem o sistema respiratório, as pessoas que sofrem de doenças respiratórias passam também a ter “crises”. “ Essas doenças serão preocupação em 2022” diz a infectologista Dra. Patrícia Torres Alves que atua diariamente no atendimento dos pacientes acometidos por essas doenças oportunistas e sazionais internados e ambulatoriais na Santa Casa de Caridade de São Gabriel.
Conforme a profissional “ no momento nos encontramos em um cenário de crise dos serviços hospitalares de Urgência, a superlotação nos serviços de saúde é um fenômeno atual no nosso País, em especial na região Sul devido ao clima frio. Sem falar no relaxamento das medidas de prevenção contra a COVID-19 e de outras doenças respiratórias, somado ao fato da queda nas temperaturas, ocorreu consequentemente a mudança nos hábitos como manter os ambientes com pouca ventilação, novas aglomerações e maior circulação de pessoas, tornando mais fácil o contágio e aumentando o número de pessoas infectadas, acarretando em um número maior de atendimentos e superlotação, além do fato de todos os leitos de internação estarem ocupados, pacientes acamados nos corredores do Pronto atendimento, alta tensão na equipe assistencial e grande pressão para novos atendimentos. As pessoas com maiores chances de sofrerem com essas doenças são as crianças e os idosos, por terem fragilidade no sistema imune. Dessa forma, a melhor estratégia é a prevenção dessas doenças. E como isso pode ser feito? Para os dois vírus (COVID-19 e Gripe), as estratégias de prevenção são as mesmas: uso de máscaras, distanciamento social, ventilação do ambiente, higienizado frequente das mãos e vacinação. As vacinas da gripe estão disponíveis atualmente nas redes públicas e privadas, enquanto a da COVID-19, disponíveis apenas na rede pública”, enfatizou a médica infectologista.