Por Ana Juliana Ximendes e Renata Southall, psicólogas da Santa Casa
Setembro é o mês mundial de prevenção do suicídio, chamado também de Setembro Amarelo. O assunto que já foi um tabu muito maior, ainda enfrenta grandes dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelos preconceitos e falta de informação.
No Brasil, 32 suicídios ocorrem diariamente no país, média de 1 morte a cada 45 minutos, é algo que pode ser reduzido. Perceber que a pressão interna está muito elevada, que o copo está para transbordar e, nesse momento ou antes disso, pedir e aceitar ajuda é muito eficiente. Conversar com alguém, seja conhecido ou desconhecido, de forma acolhedora e sem críticas já ajudaria essa pessoa a superar aquele momento. No segundo momento é de extrema importância o encaminhamento profissional, seja ele psicológico ou psiquiátrico, dependendo da necessidade, uma vez que o suicídio é um comportamento com determinantes multifatoriais e resultado da interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais.
A Santa Casa dispõe de 18 leitos psiquiátricos para internações no âmbito de transtornos mentais graves e dependência química e conta com equipe especializada: psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, arteterapeuta e médicos. A internação é indicada em casos extremos, quando o paciente oferece risco para si mesmo ou para terceiros, como por exemplo surto psicótico, abuso de substância e ideação suicida. Tem por objetivo a estabilização dos sintomas ou a desintoxicação. Atualmente o Pronto Socorro do hospital recebe em média, um caso de tentativa de suicídio por dia, um índice muito elevado se comparado ao número de habitantes da cidade.
Os pacientes que chegam ao Pronto Socorro, vêm encaminhados pela rede municipal de saúde ou por livre demanda, onde são avaliados e atendidos previamente à internação. O encaminhamento pós alta para a rede municipal de saúde mental é fundamental para a continuidade e manutenção do tratamento medicamentoso e psicoterápico, contribuindo também para a reinserção do paciente na sociedade, mercado de trabalho e família, através do fortalecimento da autoestima e senso de auto eficácia do paciente.
É importante que a família e amigos estejam atentos aos sinais de risco que podem ocorrer: desesperança, desespero, desamparo e impulsividade; tentativas prévias de suicídio; abandono do tratamento e situações de trauma. Frente a estes agravantes, deve-se procurar ajuda especializada, no posto de saúde de sua região ou com profissional de sua confiança para o encaminhamento necessário. Em função do aumento contínuo do índice de tentativas de suicídio no município, a Santa Casa de São Gabriel demonstra sua preocupação e responsabilidade para com o tema, sempre em busca de aperfeiçoamento e capacitação dos profissionais para melhor auxiliar aqueles que estão em sofrimento mental.
E lembre-se: você não está sozinho, sempre há outra alternativa!

